22 de novembro de 2024
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Bolsonaro tem faro. Através do filho Flavio Bolsonaro, o PSL anunciou que seu partido vai parar de apoiar o governador do Rio, Wilson Witzel. Através do Ministério da Economia, o governo ameaçou retirar o Estado do Rio do Sistema de Regime de Recuperação Fiscal, o acordo de rolagem da dívida estadual com a União. De fato, o Rio deixou de cumprir o acordo ao não privatizar a companhia de águas Cedae, mas a coincidência do anúncio com o timing político não é coincidência.

Witzel é um pretenso candidato a presidente com um discurso de endurecimento na segurança pública muito parecido de Bolsonaro. De um partido mínimo, Witzel é um ex-juiz estreante na política. Teria facilidade para incorporar parte vitoriosa do discurso bolsonarista de 2018, da renovação política, de apoio a Lava Jato e do combate ao crime. Seu governo promove ações armadas da polícia nas favelas diariamente com dois resultados estatísticos: de janeiro a agosto de 2019, os homicídios gerais caíram 21%. Em compensação, as mortes cometidas por policiais subiram 16%. Isso não mudou em nada a sensação de insegurança no Rio, mas tem um potencial forte numa campanha presidencial.

Seria um candidato na mesma faixa da direita de Bolsonaro, mas viável caso o governo não entregue crescimento econômico e exista risco real de retorno de um candidato da esquerda. Em termos puramente mercadológicos, Witzel tem um perfil eleitoral com mais possibilidade de êxito do que o do governador de São Paulo, João Doria, que ainda não achou o seu rumo.

Foto: Reprodução – campanha eleitoral Wilson Wtzel

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