22 de dezembro de 2024
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Jair Bolsonaro se esforça para imitar Donald Trump. O discurso contra a ONU e os acordos ambientais, a transformação dos refugiados venezuelanos como uma questão nacional, os ataques à mídia… é possível escrever um artigo inteiro sobre como o capitão brasileiro capturou para si nos últimos anos trechos inteiros do discurso trompista para se mimetizar ao seu modelo. É com orgulho que Bolsonaro e seu futuro ministro das Relações Exteriores falam de um alinhamento da política externa brasileira com a americana, separadas para o bem e para o mal desde 1965, quando o general Castelo Branco concordou com o envio de 1.250 soldados para dar uma aparência multinacional à intervenção americana na República Dominicana. 

Trump, no entanto, pode ser um grande ônus para Bolsonaro. Qualquer análise sobre as expectativas do futuro governo revelam uma fenda entre o otimismo até exagerado do empresariado nacional e a desconfiança estrangeira. Trump é a resposta.

Nas últimas semanas, Trump anunciou a retirada das tropas americanas da Síria contra a opinião do seu Alto Comando, perdeu o seu secretário de Defesa (no primeiro pedido de demissão do cargo desde sua criação, em 1947), impediu a aprovação do Orçamento e pode provocar um shutdown da administração federal apenas para manter seu discurso pró-muro, ameaçou destituir o presidente do Federal Reserve e foi responsável por algumas das piores semanas nas bolsas (que se recuperaram desde quarta-feira). Até o establishment conservador começou a perder a paciência com Trump e suas idiossincrasias.  

A má vontade internacional com Brasil não é apenas pela pauta pró-direitos das minorias, meio ambiente e indígenas, mas principalmente porque um imitador de Trump é tudo o que o mundo não precisa no momento.

Foto: Divulgação Casa Branca

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