21 de novembro de 2024
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O tempo joga contra o governo Bolsonaro. O presidente desperdiçou um terço da sua popularidade em três meses, se envolveu em todas as polêmicas inúteis possíveis e não aprovou um único projeto no Congresso. A Reforma da Previdência, considerada a bala de prata da equipe econômica, sequer foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, onde a oposição tem apenas vinte dos 66 votos. O esperado anúncio do fim dos reajustes reais do salário mínimo dará força aos protestos de Primeiro de maio que podem ganhar a adesão dos caminhoneiros, que ameaçam uma nova paralisação a partir do dia 29.

A economia está paralisada, em compasso de espera de uma sinalização de rumo político, especialmente a reforma da Previdência. São fortes as possibilidades de o Produto Interno Bruto no primeiro trimestre ser negativo. Dados do Monitor da FGV mostraram queda de 0,4% da economia em fevereiro, ante janeiro, com ajuste sazonal, o pior resultado desde maio de 2018. Como março teve Carnaval e menos dias úteis, a tendência não é boa. Quase todas as casas já operam com um PIB medíocre na casa de 1% a 1,2% para o ano.

Junte isso à inflação sazonal de alimentos em março (notadamente feijão, tomate e batata), a redução dos atendimentos de programas antigos como Mais Médicos e Minha Casa, Minha Vida e a manutenção dos índices de desemprego em taxas recordes e temos um quadro difícil para um governo tão inoperante.

Foto: Shutterstock

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