Paladino da Operação Lava Jato, o ministro da Justiça, Sergio Moro, está menor a cada semana. Em entrevista ao apresentador Milton Neves, Bolsonaro disse que havia prometido a Moro a primeira vaga disponível no Supremo Tribunal Federal, prevista para o ano que vem com a aposentadoria compulsória do decano Celso de Mello. “Eu fiz um compromisso com ele, porque ele abriu mão de 22 anos de magistratura. Eu falei: ‘a primeira vaga que tiver lá [no STF], está à sua disposição'”, disse o presidente à rádio Bandeirantes.
Em seguida, Moro foi a público dizer que não existia nenhum acordo prévio entre ele e Bolsonaro para uma cadeira na corte. Na quinta-feira, 16, JB aproveitou a sua transmissão semanal via Facebook para recuar. “Quem me acompanhou ao longo de quatro anos, sabe que eu falava que precisamos de alguém no Supremo com o perfil de Moro. Não teve nenhum acordo, nada, ninguém nunca me viu com Moro [antes da eleição]”. Tarde demais.
Em 2018, três dias depois da eleição, o vice Hamilton Mourão foi questionado sobre o momento do convite a Moro. “Isso já faz tempo. Durante a campanha foi feito um contato”. O intermediário teria sido Paulo Guedes.
Moro que foi ao governo com a ambição de mudar o patamar das penalizações nos processos anticorrupção ficou com a pecha de um juiz que trocou sua reputação por um cargo. “Isso soa muito mal para o ministro da Justiça, como se ele tivesse feito uma troca”, afirmou o ministro Marco Aurélio à revista “Época”.
Foto: José Cruz/Agência Brasil