21 de novembro de 2024
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Nos anos 90, a ONG britânica Friends of the Earth vendia uma camiseta com a frase “salve a Amazônia, mate um brasileiro”. O slogan virou ícone da imagem do país que destruía o equivalente a um Portugal de floresta tropical por ano. Décadas de políticas ambientais consequentes viraram essa imagem. Houve redução efetiva na degradação da floresta, criação do mais sofisticado monitoramento especial de desmatamento e incêndios e legalização das áreas de reserva nas fazendas. Nas últimas conferências de ambiente, o Brasil passou a ser o país que pressionava os industrializados para fazerem mais. Parte preponderante da abertura de mercados para o agronegócio brasileiro na Europa e EUA se deve à evolução da política ambiental.

Isso até a nomeação de Ricardo Salles como ministro do Meio Ambiente. Em seis meses, Salles tem se esforçado com rara competência a destruir o que foi feito do governo Collor para cá. Sua mais recente investida é quanto ao Fundo Amazônia, um programa bilionário pelo qual os governos da Noruega e Alemanha doam dinheiro para sustentar a manutenção dos parques nacionais e projetos de preservação. Como se trata de dinheiro internacional, ele não pode ser contingenciado ou desviado. Salles procurou os dois governos para usar o fundo para quitar supostas dívidas com grileiros e fazendeiros em processo de indenização. Noruega e Alemanha, obviamente, disseram não. O fundo agora deve acabar.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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