22 de novembro de 2024
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Existe um ditado no ramo das pesquisas eleitorais que diz que pesquisas devem ser vistas como cinema, não como retrato. Ou seja, uma pesquisa sozinha não significa nada, mas uma série pode contar uma história real.

E o que a série de pesquisas do governo Bolsonaro nos conta? Conta que o governo, como todos os governos, começou com uma enorme expectativa. Seis de cada dez brasileiros esperavam um bom governo. Em fevereiro ficou cristalino o desapontamento de boa parte e no final de março, Bolsonaro só tinha o apoio de um terço dos brasileiros. Um terço dos pesquisados já rejeitava o governo. Em abril e junho esse quadro se repetiu, 33 contra 33. Ou seja, a diferença entre os que amavam Bolsonaro e os que o odiavam era zero. Hoje, são 39% que odeiam e 29% que amam, a diferença subiu para dez pontos percentuais.

Rejeição crescente

Em português, isso significa que o aumento dos que odeiam Bolsonaro é constante e consistente. O retrato mostra que ele tem o apoio de 30% dos votos. Isso hoje lhe garante o lugar em um segundo turno.

O filme, no entanto, mostra que o seu governo e, principalmente, o seu estilo é cada dia mais rejeitado. Quando é criticado, Bolsonaro diz que não vai mudar e que “é assim mesmo”, mas se continuar nessa toada a quantidade de pessoas que gostam dele e de seu governo vai diminuir com o tempo.

Se em oito meses de governo, Bolsonaro já caiu de 58% para 29% de aprovação, pode-se afirmar que ele ainda não bateu no piso. Ele pode cair ainda mais. Se existe uma lição que o governo precisa tomar com as pesquisas é que a paciência da sociedade está diminuindo rápido.

Foto: Clarke Hill/Getty Images

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