21 de novembro de 2024
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Em um governo repleto de inconsequentes, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, consegue ser o pior de todos. É fato, quando se vê a concorrência. Depois de ser ineficiente na tragédia que matou 200 pessoas em Brumadinho, irresponsável nas queimadas na Amazônia, Salles conseguiu se superar e tentou culpar o Greenpeace sobre o derramamento de óleo cru venezuelano no litoral do Nordeste.

Mas Salles é apenas parte do problema. A questão é que há alguma coisa muito errada no relacionamento do presidente Jair Bolsonaro com o Nordeste, a única região na qual ele perdeu no primeiro e no segundo turno.

Logo quando Bolsonaro tomou posse, facções criminosas atacaram Fortaleza. A pedido do governador do Ceará, Camilo Santana, o ministro da Justiça, Sergio Moro, enviou tropas da força nacional que ajudaram a controlar a situação. Tudo republicano, como deve ser. Soube-se depois que Bolsonaro advertiu Moro por ter ajudado um adversário político.

Depois veio a famosa gravação do presidente chamando os governadores nordestinos de “paraíba”, uma pejorativo carioca para os nordestinos. Outro dia, o presidente chamou o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, de espertalhão por ter anunciado uma 13ª parcela para o bolsa família do Estado antes de o próprio presidente anunciar uma 13ª parcela do bolsa família federal. Ignorante, pois Pernambuco tem dois Bolsas Famílias paralelos. Na votação no Senado para divisão dos recursos do próximo leilão do pré-sal, o Planalto trabalhou para diminuir o dinheiro para os Estados Nordestinos e aumentar a parte de São Paulo e Minas Gerais.

Já deixou de ser coincidência. Será que se o vazamento de óleo fosse na Barra da Tijuca, o presidente não teria agido antes e feito mais?

Foto: Adriano Machado / Reuters

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