Caso a Polícia Federal mantenha a sua independência, os próximos meses serão muito agitados entre os bancos. Os processos em apuração pela PF envolvem suspeitas de favorecimentos em operações com a Petrobras, lavagem de dinheiro no Brasil e no Exterior e subornos para obter vantagens tributárias nos governos Lula e Dilma. É uma Lava Jato dos bancos.
Os bancos estão brincando de avestruz ao achar que essas investigações se baseiam apenas na delação do ex-ministro Antonio Palocci. A delação reforçou algumas suspeitas dos delegados, mas não é o eixo único dos inquéritos.
A operação sobre BTG no mês passado é apenas capítulo de um processo que tem mais de um ano e que, se não houver interferência externa, irá produzir muito mais estrago do que as operações sobre compra de votos no Carf, o tribunal de recursos de multas da Receita, para ficar em um inquérito que envolveu os bancos. As informações estão sendo compartilhadas com o Banco Central e CVM, o que implica em punições pesadas nas instituições que tiverem esqueletos em seus armários.
Foto: Imagem de Arquivo/Agência Brasil