O exercício da democracia no universo digital e o uso das redes sociais estiveram em pauta no debate sobre Digitalização e Democracia, realizado na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, na manhã de sexta-feira, 23. O jornalista Thomas Traumann participou da discussão ao lado da professora Jeanette Hofmann do Weizenbaum Institut for the Networked Society, de Berlim, do diretor da Diretoria de Análises Públicas (Dapp) da FGV, Marco Aurelio Ruediger, e do professor da FGV Direito Rio, Ivar Hartmann.
Para Traumann, os eleitores hoje não se sentem mais representados pelos políticos e cobram mais prestação de contas. “A eleição para a presidência do Senado foi muito simbólica. Os congressistas foram coagidos pelas redes socias a abrir o voto durante a transmissão ao vivo pela televisão”, diz o jornalista, que alerta: “Mas tantas mensagens em pouco tempo são todas de eleitores de verdade? Acho que há uma clara tentativa de manipular o congresso e distorcer a opinião pública”.
A professora Hofmann destacou que os jovens estão atentos ao poder e à visibilidade que a internet proporciona e já utilizam as redes sociais como recurso. “Os jovens pensam: ‘o que podemos fazer em vez de apenas votar’? Essa nova geração não vai se filiar a partidos políticos. Eles não querem se vincular a longo prazo. Mas gostam de se envolver em projetos temporários, preservando sua identidade em vez de assumir uma identidade coletiva”.
O evento, que reuniu cerca de 150 pessoas, foi promovido pela DAPP e pela Escola de Direito do Rio de Janeiro (Direito Rio) da FGV, em conjunto com a Embaixada da República Federal da Alemanha. O painel foi mediado pela ombudsperson da Folha de São Paulo, Flávia Lima.
Assista aqui a um trecho da palestra do Thomas Traumann na FGV: