22 de novembro de 2024
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O Ministério da Economia remanejou R$ 3,6 bilhões em verbas dos Ministérios da Educação e da Defesa para pavimentação de estradas e pagamento de atrasados do programa Minha Casa Minha Vida. No primeiro caso, as obras foram promessas do presidente JB para evitar nova greve dos caminhoneiros. No segundo, resultado da ameaça de demissões em massa nas empreiteiras que estão sofrendo até três meses de atrasos nos pagamentos.

Em março, o Ministério já havia contingenciado R$ 30 bilhões do orçamento. É um procedimento normal. Os governos anunciam esses cortes preventivos no início do ano para ir liberando os recursos aos poucos conforme a trajetória da arrecadação. Só que como a economia está depressiva, a arrecadação federal caiu a ponto de faltar dinheiro para temas básicos.

A pasta mais atingida foi o Ministério da Educação, R$ 1,59 bilhão. Foi por isso que o ministro Abraham Weintraub anunciou o corte de 30% nas verbas das universidades, embora ele tenha tentado dar um verniz ideológico à decisão. Coisa nenhuma. O Ministério está sem dinheiro para repassar às universidades, além do básico de salários e pensões.

O pior é que este é só o começo. Todas as indicações são de um ano difícil, igual ou pior que o ano passado. Isso implica em menos arrecadação e, portanto, menos verbas para procedimentos comuns da máquina, como remédios nos hospitais, manutenção de estradas e equipamentos para laboratórios.

Sem perspectiva

Dois mil e dezenove está perdido. A taxa de desemprego subiu para 12,7%, somando 13,4 milhões de pessoas. O medo de perder o emprego voltou a subir entre os brasileiros, segundo índice da Confederação Nacional da Indústria. A produção industrial caiu 1,3% e as projeções do PIB do primeiro trimestre são negativas. A inflação bateu a meta no primeiro trimestre, com aumentos de alimentos e passagem de ônibus, itens com reflexo direto na baixa renda. Não há perspectiva de retorno no investimento antes da aprovação de alguma reforma da previdência.

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

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