22 de novembro de 2024
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Um dos pontos mais surpreendentes da gestão JB é a sua falta de conexão com o cotidiano da sociedade. Fenômeno das redes sociais, Bolsonaro foi eleito justamente por parecer ter o pulso dos sentimentos do cidadão comum, capaz de captar antes de qualquer outro político o ressentimento de parte da sociedade com o politicamente correto dos governos petistas, o medo com o avanço da criminalidade e a raiva com a corrupção. No Planalto, no entanto, Bolsonaro até o momento não mostrou essa sensibilidade. A impressão é de um presidente distante, que se preocupa mais com as colunas de notas políticas do que em mostrar empatia e solidariedade com o cidadão comum.

Alguns exemplos:

▪ Na primeira semana de janeiro, facções criminosas queimaram ônibus e causaram terror em Fortaleza. JB tinha a chance de mostrar que como presidente, sua ação contra o tráfico seria pesada, mas além de enviar os guardas da Força Nacional nunca prestou atenção ao caso.

▪ O massacre na escola pública de Suzano chocou o país. O presidente não foi aos enterros, nem chamou os sobreviventes para uma conversa no Planalto. Limitou-se a um tuíte.

▪ As tragédias de Brumadinho e do Flamengo são episódios marcantes do descaso de corporações com vítimas de seus erros. O presidente ignorou.

▪ A fila de 15 mil desempregados no Vale do Anhangabaú, na terça-feira, 26, à espera de uma senha para uma entrevista de emprego é das imagens mais chocantes dos últimos meses. JB foi eleito para acabar com filas de desempregados, não para tuitar.

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

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